O amor não acabara, mas a vida havia imposto uma distância intransponível entre os dois. Porque as perspectivas eram sombrias, ele decidiu ignorar o coração e ouvir a razão. Diante de uma lista de prós e contras, concluiu que apesar de serem almas complementares teriam que se separar. Foi durante um jantar, no restaurante preterido dela, que foi feita a leitura da lista e da decisão tomada. Ela tomou em um gole o vinho fraco, não disse uma só palavra, além da aquiescência, pediu para partir e fugiu da cena do crime. A distância foi dolorosa. Suas vidas já estavam muito atreladas quando se separaram, retomar a individualidade estava sendo mais duro que imaginara. Para não correr o risco de ferir sua dignidade apagou todos os telefones, endereços, redes sociais, e outros dispositivos que pudessem facilitar a busca desesperada por informações. Foi uma atitude suicida, pois nenhuma notícia tornava a distância e a separação ainda mais derradeira e abismal. Mas precisava ser forte e manter...
As palavras têm vontade própria, o escritor é apenas o meio pelo qual elas ganham vida. Tanto para quem lê, quanto para quem escreve, um texto, quando puro e verdadeira expressão de sentimentos, tem a força de emocionar e inspirar. Assim escrevo, assim espero. Assim existo. Nas palavras.