Pular para o conteúdo principal

Impressões sobre viagens I

Reflexões sobre uma visita ao prédio mais antigo de Buenos Aires.

Plantas no jarro são como pássaros na gaiola. Ainda me impressiono com a magnitude e a magnificência das construções Quinhentistas, Seiscentistas, Setecentistas, e aí por diante, mas sempre me pergunto: Qual foi o preço? A que custo? Quantas vidas e a quanto sofrimento? Ainda hoje, o europeu manda e o Índio serve. O branco é o dono e o negro é pobre. Resta-nos ao menos o consolo que todo sofrimento serviu para eternizar as obras que hoje nos encantam e que duram já mais até que este nosso próprio mundo moribundo.

É ocre e duro, e é só esqueleto.
Beleza rude sem acabamento.
Seu encanto é sua idade,
Reflexo da dor e vida de muitos.
E muitos...
Cujas almas e essências são o cimento de tantas paredes,
Que por eles persistem.
E eles, que hoje somos nós,
Reconhecem o valor do sangue derramado,
E por isso cuidam,
Agora preservam.

Madeira é carne petrificada de ser aniquilado.
É um fóssil.
Mas ainda assim é viva e quente.
Antes permanecesse árvore, que gerasse frutos.
E que ainda vivessemos sob sua copa
Em inocência e puros.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Autora responde a ela mesma!

Ah, doce época da inocência! Acabo de retomar meu blog, que estava suspenso desde final de 2012 e li o último texto que postei. Tudo era muito diferente há três anos. Eu era diferente. O Brasil era diferente. O verão era diferente. Naquela época eu estava incomodada com o fato de ser muito pacífica, de não me revoltar, de curtir tanto o Rio, passear no aterro, tomar água de coco e relaxar, simplesmente relaxar. Era Outubro de 2012, minha primogênita estava apenas com nove meses, era um bebê angelical em todos os sentidos, não dava trabalho, era sorridente, um sonho de criança, tão desejada e tão amada. Eu ainda estava amamentando, cheia de hormônios, ainda estava feliz da vida porque não estava mais trabalhando, apenas em casa, cuidando da minha filha, da minha casa, do meu marido, minhas cachorrinhas, meu gato, meu sonho de felicidade. O Rio estava implantando as UPPS, tínhamos a sensação de mais segurança, esperávamos a Copa, ainda com um misto de esperança e incredulidade, ...

Dois Pontos de Vista

Rafael estava todo sujo, molhado e com as roupas rasgadas. A menina havia enganado ele direitinho. Ela pediu carona e ele não pode resistir àquelas feições tão singelas. Agora Rafael se culpava por ter sido superficial e julgado o caráter da moça pela sua aparência. Mas como ele poderia imaginar que aquela menina de pouco mais de dezoito anos, pele alva, cabelos loiros, longos e bem tratados, jogados pra trás e seguros com um arco, vestido branco florido em cima dos joelhos, de mangas bufantes, largo e amarrado na cintura, pudesse ser uma assaltante. Como ele poderia adivinhar que detrás daquele arbusto iriam surgir seus dois comparsas, estes sim com crachás de ‘Assaltante Profissional’. E era assim, relembrando cada momento do assalto, desde o instante que parou para a falsa mocinha, a sensação da arma dura e fria em sua têmpora, o modo bruto como fora arrancado de dentro do carro, a surra que levou como ameaça para não dar queixa, as humilhações e o abandono naquela estrada vazia. ...
E eis que nasceu, meu primeiro romance, disponível na Amazon, em formato eletrônico. São - Sem Memória no Carnaval do Rio Espero que se divirtam e se apaixonem. Não tenho maiores pretensões que essas.