Pérolas dos melhores professores do mundo.
Juninho estava visitando os tios que moravam em outra cidade. Foi com a mãe, o pai e o irmãozinho passar um mês inteiro do verão na praia. A viagem foi longa, seis horas em um carro cheio de malas, Juninho estava cansado e queria seu paninho de estimação, sem o qual não dormia. A mãe, em conversa animada na sala com a irmã que há quase um ano não via, se esqueceu de preparar a cama adequadamente para o filho. Pacientemente, chupando um dedo, Juninho se aproximou da mãe e durante um minuto inteiro esperou a mãe atendê-lo. Como ela insistia em ignorá-lo, foi forçado a interromper a conversa com um alto e bom “Ô Mãe!” No que a mãe respondeu assustada “O que foi, Juninho?” O pequeno de quatro anos olhou-a com os olhos pendurados e perguntou “cadê meu paninho?” Apressada e doida para colocar a fofoca da família em dia, sem olhar novamente para o filho, a mãe respondeu “tá no seu quarto”. Escolado já com os humores da mãe, Juninho virou-se imediatamente para o corredor que dava para os quartos e sumiu por uns três minutos. Quando voltou, já nervoso de sono, parou na porta do corredor e de lá mesmo gritou, dispensando as etiquetas: “Ô Mãe, você trouxe, você trouxe?” E a mãe se virou, agora irritada “o quê meu filho?” Juninho, impaciente com a pergunta boba, colocou as mãos nos quadris e falou: “ué, o meu quarto, Mãe!”
Janaina, Cintia, Fabinho e Ian haviam escolhido o quartinho abandonado da casa dos pais de Janaina como quartel general. Estavam a tarde toda recolhendo móveis, utensílios, comida e diversas outras coisas de suas casas para mobiliar seu esconderijo. Ian, o mais novo, estava tão animado com a criação do seu mais novo espaço para brincadeiras que pouco se interessava pelo trabalho que tinha que fazer antes, o que gerava várias broncas por parte dos outros três amiguinhos. Depois de uma dessas broncas, ficou magoado e resolveu ajudar. Estavam os quatro carregando uma mesinha de vidro que haviam acabado de surrupiar da sala da mãe de Janaina, quando Fabinho reparou que Ian era o que menos fazia força, deixando a mesa bem mais baixa no lado dele. Mais uma vez gritou com Ian, ordenando que ele fizesse força de verdade. Ian se enfureceu e no ímpeto cruzou os braços e gritou: "Você querem que eu faça tudo, também?" A mesa caiu, se espatifou, e os quatro caíram na gargalhada.
Domingo era dia de comer em restaurante. Chegou o garçom para fazer o pedido e Gustavo queria comer batatas fritas, mas a mãe estava de dieta. Como ela não conseguia resistir a uma batata frita, obrigava o filho fazer dieta com ela. Ela pacientemente explicou que ele ia comer uma coisa muito mais gostosa naquele dia – cenoura cozida! Gustavo perguntou por quê. A mãe seriamente disse a Gustavo que era para ele ficar mais forte. Gustavo perguntou por quê. A mãe já de saco cheio e morta de fome disse que “porque sim, sou eu que mando e hoje não vamos pedir batatas”. Mas Gustavo era esperto e sabia a hora de parar de perguntar por quê, e a hora já tinha chegado, então começou a brincar com seus carrinhos em cima da mesa enquanto os pais conversavam e a comida não chegava. A comida chegou, o garçom serviu, e Gustavo comeu metade do prato, que era o que ele era obrigado a comer, no mínimo. Pediu licença e disse que ia brincar na sala de brinquedos do restaurante. A mãe deixou, entretida com sua salada e taça de vinho. Cinco minutos depois o garçom se aproximou da mesa, empurrando Gustavo pelos ombros, deu um olhar de reprovação para a mãe e pediu: “minha senhora, se quiser, eu lhe trago uma porção de batatas fritas como cortesia, mas poderia pedir a seu filho que pare de pedir batatas aos outros clientes?”
Esta não é uma obra de ficção, qualquer semelhança não é mera coincidência. Os nomes tampouco foram trocados.
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