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Mostrando postagens de dezembro, 2011

Para Não Dizer Que Não Falei Bem de Ônibus (Pelo Menos Uma Vez)

Meus queridos nove seguidores (pai, mãe e marido inclusos) sabem que travo uma batalha pessoal contra os ônibus e volta e meia estou a escrever crônicas mau criadas e sarcásticas a respeito deste tão temível meio de transporte público. Acontece que estou em uma situação interessante, e pela primeira vez na vida felicíssima de estar barriguda. E acontece também que esta situação tem o poder de mudar a personalidade dos injustiçados (por mim) motoristas de ônibus. Alguma coisa na mulher grávida amolece o coração do mais terrível deles. Tem sido realmente uma surpresa agradável perceber a preocupação deles comigo, que cresceu proporcionalmente com a minha barriga.

Protetor de Tela

Gostava de mudar o protetor de tela do seu computador conforme seu humor. O problema é que seu humor era menos reflexo do seu estado de espírito que de sua personalidade, e como ela tinha o gene da felicidade, o protetor de tela estava sempre enfeitado com bebês sorridentes, bichinhos fofinhos, flores coloridas, paisagens deslumbrantes e ensolaradas ou, para os dias que estava de “mau” humor, apenas cores vibrantes como figuras geométricas em 3D. Para sua colega de trabalho, que fazia a contabilidade, aquilo era irritante, já que para ela a vida era bidimensional e exata. Para seu chefe, aquilo era dispersante, já que para ele o mais importante era o foco no negócio, não em sonhos. Para ela, era apenas uma maneira de se lembrar de coisas belas e simples, mas que trazem muita alegria só pelo fato de existirem, sem a necessidade de somarem a nada, nem de serem bem sucedidas financeiramente para serem realizadas. Mas era humana, e como tal, suscetível aos reveses e influências da vi...

Compromisso

Acordou com ressaca moral, porque sabia que não iria cumprir o compromisso agendado há quinze dias. Não entendia bem porque, mas tinha certeza que era capaz quando aceitou o projeto – o projeto que iria mudar a vida dele, sua grande chance finalmente – mas agora o prazo estava acabando e não tinha feito sequer um terço do que precisava para entregar naquele dia. Era necessário escrever trinta páginas, um resumo, ou um argumento como é melhor compreendido dentro do mundo dos roteiristas. Ele tinha os personagens, eram magníficos, mas os personagens estavam perdidos, sem sentido, não sabiam bem o que tinham que fazer. A história não estava ainda enredada, era apenas uma idéia, e não forte o suficiente para vender o argumento e transformar-se em um filme. E ele precisava entregar algo que fosse irrecusável, genial, inédito e inovador.  Mas agora não tinha mais tempo para preciosidades. Uma frase ocorreu em sua mente antes treinada para o mundo executivo: o ótimo é inimigo do bom! Ele...