Ainda fico chocada quando ouço algum comentário preconceituoso. Não consigo compreender como no meio de tanta informação e diversidade ainda haja espaço para o preconceito, o separatismo, a prepotência da superioridade de uma raça sobre a outra. Não podemos supor a origem ou a predestinação de nada nem ninguém pela aparência, mas esse preconceito existe, infelizmente, e vai além da aparência. Alguns tipos de preconceitos já estão tão arraigados em nossa cultura que já viraram termos comuns de expressão do racismo que temos arraigados e nem sequer percebemos. Por exemplo cabelo ruim como expressão de cabelo crespo. Por que ruim? Ruim em relação a qual outro, o liso? Porque é o liso com o qual nos acostumamos depois de séculos de propaganda estética da classe dominante? Porque o liso é o predominante nas cabeças dos que escravizavam negros de cabelos crespos? Ora, olhemos pela ótica da biologia, da etnia, o crespo nada mais é que a adaptação evolutiva do cabelo para uma raça que habitou...
As palavras têm vontade própria, o escritor é apenas o meio pelo qual elas ganham vida. Tanto para quem lê, quanto para quem escreve, um texto, quando puro e verdadeira expressão de sentimentos, tem a força de emocionar e inspirar. Assim escrevo, assim espero. Assim existo. Nas palavras.